Moradores receberam lanches e palavras de ânimo e esperança

Ventos a mais de 120 km/h atingiram as cidades de Canela e Gramado, no Rio Grande do Sul, na quarta-feira (21), provocando queda de árvores, destelhamento de casas e deixando milhares de pessoas desabrigadas.
Em Gramado, cidade vizinha a Canela, aproximadamente 40 famílias tiveram as casas destelhadas. A chuva também atingiu os municípios de Ibiaçá, Imigrante e Nonoai, que juntos contabilizam mais de 3 mil pessoas afetadas e cerca de 150 residências danificadas.
Em Canela, de acordo com a Defesa Civil do Estado, 584 casas foram destruídas e 13,9 mil pessoas foram prejudicadas, ocasionando um prejuízo de R$ 54 milhões, valor calculado sobre danos materiais, moradias devastadas, rede elétrica danificada e economia local paralisada.

Em um cenário devastado, em que centenas de casas estão destelhadas, outras parcialmente destruídas, árvores arrancadas e ruas arrasadas, lanches foram entregues aos desabrigados e aos que trabalhavam na reconstrução das casas derrubadas.
O padeiro Etemar de Oliveira Lopes, de 36 anos, conta que teve as portas e janelas de casa arrancadas pelo vento e quase teve um irmão atingido por uma árvore. “A minha casa ficou encoberta pelas árvores. O telhado e as paredes de madeira foram levados pelo vento. As telhas de outras casas vieram parar aqui no meu pátio. Perdi todos os móveis da minha casa, pois com a chuva tudo ficou inundado. Uma árvore caiu e ficou a meio metro da cama do meu irmão. Ele me contou que saiu por debaixo da árvore para se proteger em outro cômodo com a minha mãe”, relata.
A esposa de Lopes, Elizete da Silva Tomazi Lopes, 35 anos, foi quem presenciou a devastação da tempestade. Ela lembra que ouviu um estouro forte e em seguida faltou luz. Neste momento começou a ventania forte, fazendo com que a casa dela fosse destelhada. “Fui me proteger em baixo da porta, que caiu próximo ao banheiro. Tudo foi muito rápido. Em questão de 40 segundos, vi as coisas voando, móveis, telhas e janelas. Parecia cena de filme”, relembra.
A aposentada Ilda Quchert Bradão, de 72 anos, também teve a casa levada pelo vento. Ela acredita que só se salvou graças a oração que fez a Deus. “Estava em casa e ouvi um barulho de vento forte, então fui para o meu quarto orar. Quando abri os olhos, enxerguei a minha casa sendo destelhada, a janela de madeira estourou e foi parar no meio da sala. O topo da frente da minha casa foi levado pelo vento. Então, fui correndo para um quartinho e me escondi lá, graças a Deus ali não foi atingindo”, explica.

Para o coordenador do Força Jovem no Estado do Rio Grande do Sul, pastor Dayvid Windson, o apoio dos voluntários da Igreja Universal demonstra o amor ao próximo ensinado pelo Senhor Jesus Cristo, que está de braços abertos para ajudá-las. “O apoio moral e espiritual é fundamental nessas horas para ajudar as vítimas que perderam praticamente tudo”, finaliza.