
"Teu,
SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade, porque
tudo é teu quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu
te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glória vêm de ti, tu
dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o
engrandecer e a tudo dar força" 1Cr 29:11-12
Deus é
grande (Dt 7.21; Ne 4.14; Sl 48.1; 86.10; 95.3; 145.3; Dn 9.4), maior
que a nossa capacidade de entender. A teologia afirma essa verdade,
descrevendo-o como “incompreensível” – não que ele seja irracional ou
ilógico, para impedir-nos de seguir os seus pensamentos, absolutamente,
mas para dizer-nos que nossas mentes não podem compreendê-lo porque ele
é infinito e nós, finitos.
As Escrituras retratam Deus com quem habita não só em trevas densas e impenetráveis, mas também em luz inacessível (Sl 97.2; 1Tm 6.16). Essas duas imagens expressam o mesmo pensamento: nosso Criador está acima de nós, e medi-lo está além do nosso poder.
As Escrituras retratam Deus com quem habita não só em trevas densas e impenetráveis, mas também em luz inacessível (Sl 97.2; 1Tm 6.16). Essas duas imagens expressam o mesmo pensamento: nosso Criador está acima de nós, e medi-lo está além do nosso poder.
Deus nos diz na Bíblia que a criação, a providência, a Trindade, a
encarnação, a obra regeneradora do Espírito, a união com Cristo em sua
morte e ressurreição e a inspiração das Escrituras – para mencionar
apenas alguns – são fatos, e nós aceitamos com base na sua palavra, sem
saber como tudo isso pode ser. Como criaturas, somos incapazes de
compreender plenamente tanto o ser quanto as ações do Criador.
Contudo, assim como seria errado supor que sabemos tudo sobre Deus
(e desse modo aprisioná-lo no estojo da nossa própria limitada noção a
respeito dele), seria errado também duvidar que o nosso conceito sobre
Deus constitua um real conhecimento dele. Uma das consequencias de
termos sido feitos à imagem de Deus é que nós somos capazes tanto de
conhecer a respeito dele como de conhecer a ele próprio relacionalmente
de um modo verdadeiro, embora limitado. Calvino fala de Deus dizendo
que ele condescende com as nossas fraquezas e acomoda-se à nossa
incapacidade, tanto na inspiração das Escrituras como na encarnação de
seu Filho, com o objetivo de permitir-nos genuína compreensão a seu
respeito. Por analogia, a forma e a substância da linguagem dos pais,
quando falam com a criança, não se comparam com o pleno conteúdo da
mente dos pais, quando se expressam em conversações com outro adulto;
porém ainda assim, mesmo com a linguagem infantil, a criança recebe
verdadeira informação a respeito dos pais e responde com crescente amor
e confiança.
Esta é a razão pela qual o Criador se apresenta para nós
antropomorficamente, como tendo rosto (Ex 33.11), ouvidos (Ne 1.6) e
olhos (Jó 28.10); ou como tendo pés (Na 1.3), sentando-se sobre um
trono (1Rs 22.19), voando nas asas do vento (Sl 18.10) ou combatendo em
batalhas (2Cr 32.8; Is 63.1-6). Estas não são descrições daquilo que
Deus é em si mesmo, mas daquilo que ele é para nós: o SENHOR
transcendente que se relaciona com o seu povo como Pai e Amigo. Deus
vem até nós dessa maneira para nos conquistar em amor e confiança,
mesmo que, de certo modo, sejamos sempre crianças e entendamos só em
parte (1Co 13.12).
Nunca devemos esquecer que o propósito da teologia é a doxologia;
estudamos com o objetivo de louvar. O culto será sempre a mais
verdadeira expressão de confiança em Deus, e será sempre culto adequado
a Deus louvá-lo por ele ser maior do que nossa compreensão.
Fone: A Bíblia de Estudo de Genebra