
"O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar" 1Pe 5.8
“Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também satanás entre eles” Jó 1.6
Satanás é o chefe dos anjos decaídos e, como eles, vem à plena luz
no Novo Testamento. Seu nome significa “adversário” (o que faz oposição
a Deus e a seu povo), e o Antigo Testamento o apresenta como tal (1Cr
21.1; Jó 1-2; Zc 3.1-2). O Novo Testamento dá a satanás títulos
reveladores: diabo (diabolos), que significa “acusador” (isto é, acusador do povo de Deus; Ap 12.9-12); Apoliom,
que significa “destruidor” (Ap 9.11); “tentador” (Mt 4.3; 1Ts 3.5); e
“maligno” (1Jo 5.18-19). “Principe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30;
16.11) e “deus deste século” (2Co 4.4) apontam para satanás como aquele
que preside sobre o estilo de vida anti-Deus da humanidade (cf. Ef 2.2;
1Jo 5.19; Ap 12.9). Jesus disse que satanás foi sempre um assassino e é
o pai da mentira. Como tal, ele é não só o primeiro mentiroso, mas
também o patrocinador de toda falsidade e trapaças subsequentes (Jo
8.44). Finalmente, ele é identificado como a serpente que enganou Eva
no Éden (Ap 12.9; 20.2). O retrato dele é a malícia, de fúria e
crueldade dirigidas contra Deus, contra a verdade de Deus e contra
aqueles a quem Deus ama.
A esperteza enganadora de satanás é realçada pela afirmação de
Paulo, quando diz que satanás se transforma em anjo de luz,
apresentando o mal como bem (2Co 11.14). Sua ferocidade destrutiva
aparece na descrição dele como um leão que ruge e devora (1Pe 5.8) e
como um dragão (Ap 12.9). Como ele foi adversário declarado de Cristo
(Mt 4.1-11; 16.23; Lc 4.13; cf. Lc 22.3), do mesmo modo, agora, ele se
opõe aos cristãos, explorando suas fraquezas, orientando mal as forças
e minando a fé, a esperança e o amor (Lc 22.32; 2Co 2.11; 11.3-15; Ef
6.16). A malícia e a astúcia de satanás devem ser levadas em conta
seriamente, porém o cristão não precisa ficar tomado de terror servil
por causa dele, porquanto ele é um inimigo derrotado.
Satanás é mais forte do que os seres humanos, mas Cristo triunfou
sobre ele (Mt 12.29), e os cristãos também triunfarão sobre ele,
resistindo às suas investidas com as armas que Cristo nos proporciona
(Ef 6.10-18; Tg 4.7; 1Pe 5.9-10), “porque maior é aquele que está em
vós do que aquele que está no mundo” (1Jo 4.4).
Reconhecer a realidade de Satanás, levar a sério a sua oposição,
ficar atento à sua estratégia, levar em conta a guerra contínua com ele
não é cair num conceito dualista de dois deuses, um bom e outro mau,
guerreando um contra o outro. Satanás é uma criatura sobre-humana, mas
não é divino; ele tem muito conhecimento e poder, mas não é onisciente
nem onipotente e nem onipresente; ele é um rebelde já derrotado e não
tem mais poder do que aquele que Deus lhe permite exercer e está
destinado ao lago de fogo (Ap 20.10).